O relatório Global Employment Trends for Youth 2022, publicado por ocasião do Dia Internacional da Juventude (que se assinala a 12 de agosto) demonstra que os efeitos da pandemia COVID-19 ainda se fazem sentir, principalmente na população jovem entre os 15 e 24 anos. Desde o início de 2020, a perda de emprego em termos percentuais foi muito superior à da população adulta.
De acordo com o Relatório, estima-se que o número total global de jovens em situação de desemprego chegue aos 73 milhões em 2022, representando uma ligeira melhoria em relação a 2021 (75 milhões), mas ainda seis milhões superior aos valores registados em 2019, na pré pandemia.
A percentagem de jovens que não trabalham, não estudam, nem estão em formação (NEET) em 2020 – o último ano para o qual existe uma estimativa global – subiu para 23,3 por cento, um aumento de 1,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior e um nível nunca registado em pelo menos 15 anos. Este grupo de jovens está particularmente exposto ao risco, de longo prazo, de testemunhar uma deterioração das suas oportunidades e resultados no mercado de trabalho, à medida que os efeitos de «cicatrização» se fazem sentir.
As mulheres e os homens jovens estão em melhor situação para beneficiar da expansão das economias verde e azul (recursos oceânicos e a sua utilização sustentável). De acordo com o Relatório, poderão ser criados mais 8,4 milhões de empregos para jovens até 2030 através da implementação de medidas de política verde e azul.
Os investimentos específicos em tecnologias digitais poderiam também absorver um elevado número de jovens trabalhadores. O Relatório estima que alcançar uma cobertura universal da banda larga até 2030 poderia levar a um aumento líquido de 24 milhões de novos postos de trabalho em todo o mundo, dos quais 6,4 milhões seriam ocupados por jovens.
Os investimentos nos setores dos cuidados (na saúde e na educação) beneficiam a população jovem sob quatro aspetos: melhoram as suas perspetivas de emprego; tornam mais fácil aos jovens mulheres e homens com responsabilidades familiares manterem-se no mercado de trabalho; promovem o bem-estar da população jovem através da expansão das oportunidades de educação e formação e cuidando da saúde dos jovens; e, em resultado de tudo isto, contribuem para reduzir as taxas de NEET da população jovem, especialmente entre as mulheres jovens. O Relatório estima que os investimentos nos setores da prestação de cuidados criariam 17,9 milhões de empregos adicionais para a população jovem até 2030, nos setores da prestação de cuidados (14,4 milhões de empregos) e em outros setores (3,4 milhões de empregos).
O Relatório conclui que a implementação conjunta de medidas verdes, digitais e dos cuidados no quadro de um grande esforço de investimento aumentaria o produto interno bruto (PIB) global em 4,2 por cento e criaria 139 milhões de empregos adicionais para trabalhadores e trabalhadoras de todas as idades em todo o mundo, dos quais 32 milhões para a população jovem.
Este relatório também fornece projeções do mercado de trabalho para 2022 e 2023 e esboça os princípios de uma estratégia de recuperação com base no Apelo mundial à ação para uma recuperação da crise da COVID-19 centrada nas pessoas que seja inclusiva, sustentável e resiliente, adotado na 109.ª Conferência Internacional do Trabalho, em junho de 2021.
Consulte o Relatório na íntegra.